quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Crepúsculo

Sob a luz morrente do pálido crepúsculo que se explana pelo horizonte intocável, o sol agoniza seus últimos raios condolentes que, febrilmente, bruxuleiam pelos tortos recantos deste quadro tão vime.

As sombras se alongam, espichando seus contornos até onde a dimensão do objeto lhes permitem, por vezes bailando ao leve sabor das brisas vespertinas, e assim trazendo conforto aos seus âmagos febris e luzindo seus traços ao ébrio fulgor dos pulsantes alísios.

Os céus se transformam num painel indolente de cores sardônicas que vibram e chamuscam num translúcido padrão, tal onírico véu em fuscas camadas que refletem o noturno pavor que está para se aproximar, sob o turvo poente que debilmente tremula ao quadrante soturno desta terra esquecida.

Um lânguido, ainda que fascinante espetáculo, da noite que se aproxima, levando consigo o manto telúrico de estrelas e astros, junto às luas viscosas e as nuvens amorfas, que em conjunto salpicam este ígneo estupor que despertam a tristeza e a escuridão dos seus mais profundos domínios.







7/8/2007