Fios
Os dedos celestes
Tecelam fios espessos
De nuvens de chumbo.
Prisma
O prisma descontínuo da inconsciência reintegra-se na luz anímica do sonho.
Begônia
Noturna begônia
Dança nos braços da noite
A valsa da insônia.
Entropia
A entropia dos meus olhos reverbera os afluentes dos meus sonhos.
Tecido Das Veias
Envolto em pensamentos magros e senis,
Escorrem fundos vales pelas cordas da minh'alma
Chorando ventos negros em tons de hemorragia
Que sangram cores frias em sonos neurastênicos
E bebem meus incensos num tornado esquizotípico
Ao longo do ferroso trilho fino da memória
Trazendo o sabor grave das mil flautas de agonia
Marcando em carvão rubro o tecido das minhas veias.
Mel
A rosa do céu
Espalha o pólen da noite
Com gosto de mel.
Chamas
Os ventos astrais
Carregam chamas de sonho
Por mil espirais.
Véus
Luzes sem vidas
Se apagam na linha
Tão ígnea e magra
Do horizonte intocável
E assim, derramaram
As gotas de fardo
Que vêm da tristeza
Dos olhos notívagos.
Nos lagos celestes
Estrelas despertam-se
Dos sonos distantes
Assim, envolvidas
Nas mantas do dia,
E então as penumbras
Da exausta cidade
Deslizam seus véus
Escuros, concretos
No sonho das luzes.
Dress of Sleep
Walking towards the bare sunrays
I look at the skies in a mournful light,
Glowing and shading their flickering ways
As goin' inside the plans of night;
Driftin' away under pearly skilines
My vision swallows the scent of a dream,
Who bathes my face in silver moonshines
As paintin' their halo in oneiric stream;
Along the shore of a sea of leaves
Who move so gently in the curve of the air
I watch my soul bleed out his grieves
In black rainflowers who grew up in there;
Below the sunrise in his reddish weep,
I dress myself in the veil of sleep;