domingo, 4 de maio de 2008

Fios

Os dedos celestes
Tecelam fios espessos
De nuvens de chumbo.


quinta-feira, 24 de abril de 2008

Prisma

O prisma descontínuo da inconsciência reintegra-se na luz anímica do sonho.

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Begônia

Noturna begônia
Dança nos braços da noite
A valsa da insônia.


Entropia

A entropia dos meus olhos reverbera os afluentes dos meus sonhos.

terça-feira, 1 de abril de 2008

Tecido Das Veias

Envolto em pensamentos magros e senis,
Escorrem fundos vales pelas cordas da minh'alma
Chorando ventos negros em tons de hemorragia
Que sangram cores frias em sonos neurastênicos
E bebem meus incensos num tornado esquizotípico
Ao longo do ferroso trilho fino da memória
Trazendo o sabor grave das mil flautas de agonia
Marcando em carvão rubro o tecido das minhas veias.

quarta-feira, 19 de março de 2008

Mel

A rosa do céu
Espalha o pólen da noite
Com gosto de mel.

Chamas

Os ventos astrais
Carregam chamas de sonho
Por mil espirais.

sábado, 15 de março de 2008

Véus

Luzes sem vidas
Se apagam na linha
Tão ígnea e magra
Do horizonte intocável

E assim, derramaram
As gotas de fardo
Que vêm da tristeza
Dos olhos notívagos.

Nos lagos celestes
Estrelas despertam-se
Dos sonos distantes
Assim, envolvidas
Nas mantas do dia,

E então as penumbras
Da exausta cidade
Deslizam seus véus
Escuros, concretos
No sonho das luzes.

Dress of Sleep

Walking towards the bare sunrays
I look at the skies in a mournful light,
Glowing and shading their flickering ways
As goin' inside the plans of night;

Driftin' away under pearly skilines
My vision swallows the scent of a dream,
Who bathes my face in silver moonshines
As paintin' their halo in oneiric stream;

Along the shore of a sea of leaves
Who move so gently in the curve of the air
I watch my soul bleed out his grieves
In black rainflowers who grew up in there;

Below the sunrise in his reddish weep,
I dress myself in the veil of sleep;

terça-feira, 4 de março de 2008

Nowhere/Catastrophe